Uma sombra na noite




A viagem para Bragança começava em Campo Limpo, num trecho com alguns quilómetros em ziguezague, e logo em seguida iniciava uma subida em curva para a esquerda.

Nessa subida, havia uma enorme curva em forma de ferradura, que era a técnica usada na época para vencer grandes diferenças de altitude.

Quase no final dessa curva, bem no alto, no lado esquerdo da linha ficava um grande pasto, e no meio dele uma árvore enorme.

Era noite, chovia muito e estava muito escuro. Uma máquina a vapor estava tracionando o trem.

De repente, um raio caiu por trás daquela árvore, e um flash iluminou sua silhueta, como se fosse cena de um filme de terror.Aquela cena durou poucos segundos, mas até hoje aquela imagem está na minha memória.

Pouco depois desse ponto a composição chegava à Estação Iara.

Anos após eu percorri a estrada do antigo leito da EFB e constatei, com tristeza, que aquela árvore não existia mais.


Carlos S. Filho





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